quarta-feira, 3 de julho de 2013

Maracanã, o Chocalho que Pulsa!

Na língua indígena tupi a palavra Maracanã significa "semelhante a um chocalho", e como mostrei nos últimos dois posts foi no ritmo da música vinda das arquibancadas que o Brasil sufocou seus adversários.



E o novo velho templo do futebol merece elogios.


Logo na entrada a História do Futebol Brasileiro é reverenciada com justiça, fazendo menção à nossa Primeira Conquista Global.

Estátua do Zagueiro Bellini, capitão da seleção brasileira na Copa do Mundo FIFA de 1958, na entrada do Estádio.
Foi ele quem eternizou o gesto de se levantar a Taça ao alto após a entrega pela FIFA.
E nem só de História se faz o novo Maraca, com uma iluminação inspiradora seja dentro, seja fora do Estádio:

visão de cima, apenas viável pelos 4 telões gigantes



Seja em azul e verde, ou em amarelo e verde, a Arena mostra a possibilidade de inspirar a Torcida, e isso com o jogo rolando




A fachada externa também merece elogios, não repetindo o concreto exposto puro e simples que vimos em Brasília e Belo Horizonte:

E para aqueles que criticam o fim da geral e a elitização do futebol pondero que sem ingressos mais caros não teremos os astros que gostaríamos, tampouco manteremos nossos craques aqui pelo tempo que gostaríamos.



Com ingressos a R$5,00 certamente Neymar já teria sido vendido há longa data. Fred, Rever, Luis Fabiano, Ganso, Jadson dentre outros já teriam sido vendidos ou para cá não teriam retornado.



E foi exatamente o aumento de receitas que levou o futebol dos clubes brasileiros a uma clara supremacia no âmbito regional, dominando a Taça Libertadores da América a partir deste novo milênio, sem prejuízo das dificuldades enfrentadas com pressão, objetos atirados em campo e péssimas arbitragens no âmbito sul-americano, principalmente na condição de clubes visitantes.




E isso não impede que pessoas mais irreverentes comparecem, ainda que não adentrem ao campo de jogo.




pretensos Índio e Saci são ouvidos na frente do estádio por emissoras de TV Nacionais e Internacionais. 




Óbvio que parte da irreverência se perde. Mas, ao contrário do que muitos críticos apontaram, não foram os preços mais caros da final da Copa das Confederações que impediram a torcida de cantar e empurrar o time em campo.

E se foi assim na Copa das Confederações, não será diferente na Copa do Mundo.

Da mesma forma não será diferente em relação às manifestações:

ao lado: todos querem um Brasil padrão FIFA, mas quantos se comportam no seu dia a dia neste "padrão"?

Sem furar fila, sendo educado, não ficando na faixa da esquerda para virar a direita, cedendo seu lugar para uma idosa, não jogando lixo na rua, na praia, em praças, não se utilizando de frases do tipo "sabe com quem vc está falando"...






A da direita reflete a atual situação da Polícia Federal. Uma Instituição com ótima imagem externa que hoje está dividida internamente, com muitos policiais sem perspectivas e desmotivados.

Acima mais uma Manifestação. E já alerto - seja para as "Autoridades", seja para os torcedores - que tais Manifestações não vão mais parar, principalmente na Copa do Mundo.

Considero desde já como muito arriscado levar crianças aos jogos, já que na ida ou na saída todos acabarão em algum ponto encontrando os manifestantes, sendo que muitos destes, de forma irracional com o devido respeito, atacam os torcedores que seriam os "latifundiários modernos"...

Ora, quem trabalha há 20 anos e se organiza contratando serviços com antecedência, não pode ser recriminado por aplicar aquilo que não se fazer neste País: aplicar o PLANEJAMENTO...

A Copa das Confederações acabou. O Brasil mostrou sua força nas ruas, nas arquibancadas e no gramado e virou favorito ao Título.

Espero que realizemos o "favoritismo" também das ruas, nas próximas eleições, pois não adianta reclamar se um vota nulo, o outro vota branco, o terceiro viaja e justifica, e no final acabamos com o Tiririca...



segunda-feira, 1 de julho de 2013

Visão do Jogo Final da Copa das Confederações






Jogadores festejam junto com a Torcida, que foi o 12º jogador. 










Como estamos frisando desde sempre neste blog, o aspecto emocional no futebol é impressionante.

E como foi impressionante ver o Brasil não apenas jogar em solo brasileiro, mas jogar num Maracanã lotado, com pleno e irrestrito apoio das arquibancadas.

O efeito das arquibancadas nos jogadores foi evidente, a começar pela correria que impusemos de forma frenética.

Mas os adversários também sentiram. Com um esquema de jogo totalmente diverso do original, mostrando um time não compactado e nervoso na troca de passes, tudo indica que as vozes das arquibancadas surtiram efeito, assim como o esquema do Felipão.

E agora vamos demonstrar isso não com palavras, mas com vídeos:

Após a entrada em campo tivemos os Hinos Nacionais. Durante o Hino Nacional da Espanha infelizmente tivemos algumas vaias no Estádio (por evidente não deste Blogger). Já o Hino Nacional do Brasil foi aquele que consta no post anterior (1), e que fez todos se emocionarem, inclusive repórteres que foram às lágrimas.

Para este Blogger, que foi ao campo de jogo, a forma com que ontem os próprios jogadores cantaram o Hino, abraçados e com vigor, demonstra que o Hino Nacional virou doping moral e cívico para a seleção brasileira.

Logo após o Hino, a Torcida cantou em coro, antes do início do jogo, aquele chavão que no caso foi de coração:


E, ainda antes do jogo, a música abaixo foi pela primeira vez entoada nesta Copa das Confederações:


Tudo isso incendiou o time em campo - mais uma vez - levando ao gol do Brasil logo no início. Isso não vem me parecendo sorte ou acaso, mas uma consequência direta do apoio incrível que vem das arquibancadas.

Se o Hino foi cantando não apenas na sua parte inicial, isso inspirou o atacante Fred que tratou de adaptar a segunda parte que começa com o verso "deitado eternamente em berço esplêndido" para fazer um gol deitado - que confesso nunca vi na minha vida - com 1 minuto e 35 segundos de jogo.

Verso este que também inspirou David Luiz, que também deitado evitou gol certo do time espanhol.

Em jogos por clubes, uns apoiam, outros assistem, e há os adversários. Ontem todos apoiavam e não havia torcida do time visitante. Eram 74 mil voz numa mesma toada. Os cariocas comandaram o ritmo e mostraram que o Maraca é nosso ; )

Nesse contexto, se a gripe espanhola dizimou parte da população no início do século XX, a Espanha de ontem não assustava a torcida, e nessas circunstâncias tínhamos um forte indicativo da volta de Jason, digo, da volta do Campeão:


No lance da cobrança do pênalti podemos sentir claramente que Sérgio Ramos sentiu a pressão que veio da torcida, conforme vídeo já adicionado no post anterior (2).

Os gritos de Olé já eram constantes e isso incendiava ainda mais o time brasileiro - se Jô não tivesse sido o fominha da vez, certamente teríamos feito o 4 gol neste contra-ataque de 3 contra 2:


Com isso em pleno segundo tempo o Hino Nacional do Brasil foi novamente entoado:


Era lindo de ser ver o Brasil jogar, e outra música pela primeira vez entoada nesta Copa das Confederações me fez lembrar de samba de não tão antigamente:


O Brasil jogava de forma contundente, impondo seu futebol. A vitória era mais que certa:


O tempo passava e a hora chegava...:


Diante de tudo isso os espanhóis preferiram ir mais cedo para os vestiários, ao invés de acompanhar a festa  do escrete canarinho até o final:


Nos próximos dias fecharei este módulo com algumas análises do Estádio do Maracanã e perspectivas para a próxima Copa do Mundo, no ano que vem.

Que as manifestações populares também tenham coerência, não se voltando contra amantes do futebol que não são a favor da corrupção por gostarem de futebol, mas muito pelo contrário.

E que esse Gigante pela própria Natureza não fique "deitado eternamente em berço esplêndido", já que gols feitos como o de Fred, deitado, e gols evitados como o de David Luiz, também deitado, são raros.

(1) e (2) = vide vídeos postados em http://jminsideworldcup.blogspot.com.br/2013/06/torcida-empurra-brasil-e-espanha-sente.html