quarta-feira, 19 de junho de 2013

A FIFA QUERIA A COPA DA FESTA, GANHOU A COPA DAS MANIFESTAÇÕES

Como esperado o Time Mexicano não foi páreo para o Escrete Canarinho.

Contra a Itália, no sábado, iremos definir o primeiro lugar, e mesmo antes da bola rolar entre Japão e Itália tudo indica que jogaremos pelo empate para sermos o primeiro do Grupo, o que aumenta em muito nossas chances.

E ser o primeiro do Grupo será fundamental, pois enfrentar a Espanha na semi é um risco que não podemos correr.

Mas novamente o destaque está fora de campo.

A FIFA, ao escolher o Brasil como Pais sede da Copa do Mundo, tinha como justificativa plausível sermos o País das festas, do carnaval, do futebol, da comemoração.

Todavia o esperado entorpecimento popular, na base do futebol e pão, sumiu bem quando a FIFA menos esperava.

A Copa de 2014 será a Copa das Manifestações. Confrontos serão constantes e o risco para os torcedores extremamente alto.

As manifestações, como de costume, estão começando e irão começar pacificamente.




Todavia, a falta generalizada de preparo policial para lidar com manifestantes, ensejará um comportamento agressivo, e isso irá ensejar a mesma postura pelo lado dos manifestantes. Confira-se as imagens de hoje, no jogo de Fortaleza entre Brasil e México:





cordão de isolamento e bombas de gás.  Isso ajuda ou atrapalha?

Será que ir para cima dos manifestantes a cavalo é a melhor alternativa?


Alguém esperava uma reação diferente?








Essa postura policial não é novidade. Quantos e quantos professores já foram tratados na base do cacetete quando estavam marchando por melhores salários e condições de trabalho?

E é óbvio que após apanhar o revide vem, com cavalo ou sem, mas vem.


Nesse contexto quem corre o risco de pagar a conta é o torcedor que penou para comprar ingressos, economizou para ir assistir às partidas e que não tem nada com isso.


Se falavam que a Copa da África do Sul seria de alto risco - risco esse que não vimos na nossa passagem por aquele evento, vide posts de 2010 - já antecipo que quem quiser ir à Copa das Confederações de 2013, ou à Copa do Mundo de 2014 se prepare para deixar crianças em casa.

Não será a redução das tarifas que irá parar com esses protestos - http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/06/1297883-alckmin-e-haddad-decidem-voltar-tarifa-de-onibus-e-metro-para-r-3.shtml

As razões dos protestos são muito mais profundas:

1) segurança pública falida, com arrastões constantes em restaurantes na Capital paulista, atingindo em cheio  o maior cartão postal da Cidade de São Paulo;

2) transporte público falido, com inúmeros programas mostrando que sequer entrar em trens ou ônibus os passageiros conseguem, e isso em todas as grandes Cidades do Pais;

3) trânsito falido, com engarrafamentos diários na casa dos 200 kms, apenas em São Paulo, sendo que isso se repete por todas as metrópoles Nacionais, diante de uma postura que concentra a política industrial apenas na venda de automóveis, sem paralelamente se investir em infraestrutura...;

4) corrupção endêmica, com um sistema recursal que beira ao infinito - para aqueles com $ - deixando patente o sabor da impunidade; e

5) sistemas hospitalar e educacional falidos.

Se o Brasil virou a 6ª, 7ª ou 8ª economia mundial, isso não se refletiu numa melhora efetiva das condições de vida no Pais, sendo que os itens acima são meramente exemplificativos.

Adicione a isto os nossos Estádios, não apenas superfaturados mas feios e mal acabados (comparem com os estádios dos dois eventos anteriores que constam deste blog), naquela que já é a Copa mais cara da História (http://epocanegocios.globo.com/Essa-E-Nossa/noticia/2013/06/copa-de-2014-sera-mais-cara-da-historia.html) e teremos fatalmente a Copa das Manifestações, seja em 2013, seja em 2014, e não duvido que esse sistema seja exportado para a Copa da Rússia em 2018.

Quem viver, verá.

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