segunda-feira, 14 de julho de 2014

Quarto lugar sem qualquer honra

Realmente foi pífia a despedida da seleção brasileira. Novamente o Felipão escalou um time que não fez um jogo treino, contra um time bem montado e que não perdeu um jogo sequer nas eliminatórias europeias. Muito pelo contrário, em 10 partidas eliminatórias a Holanda empatou um jogo e ganhou 9. E isto num grupo com a Turquia, que não é cachorro morto desde 2002, e a Hungria, que revolucionou o Planeta da Bola há algumas décadas. 

A inércia e falta de profissionalismo do Felipão atestam que o mesmo está superado. Assim como Parreira. Parreira foi um dos partícipes do fiasco de 2006, quando escalou Juninho Pernambucano nas quartas de final contra a França sem treinar e deu no que deu. Felipão, não bastasse os 7 x 1, repetiu o erro contra a Holanda (invicta também nesta Copa) e ainda usou Neymar de escudo. Lamentável.

Como vencer uma equipe como a Holanda, invicta nas eliminatórias europeias e na Copa de 2014, escalando um time sem treiná-lo primeiro? A realidade é que o 3 x 0 saiu barato. O Brasil sequer acertou chutes no gol adversário e poderíamos ter apanhado de mais. No segundo tempo a Holanda lutava mais pelo seu terceiro - e merecido - gol do que o Brasil tentava efetivamente alguma coisa...

E Parreira tem mais culpa no cartório. Em 2006 tivemos os treinos fanfarras com invasão de campo e torcedoras beijando o Ronaldinho Gaúcho. Em 2014 a festa se repetiu, com invasões sucessivas. Parreira e Felipão mostraram que ou estão completamente dominados, ou apenas interessados nos valores que lhes são pagos. Profissionalismo Zero!

No mais uma grande organização com muita segurança. 


chegada tranquila ao estádio
Será que teremos o mesmo preparo para jogos envolvendo adversários locais no Camp. Brasileiro?


E contra um time mal treinado, para não dizer não treinado, Robben fez a festa pelo nosso lado esquerdo.

se bem que o blogger já sabia!

Dentro da área próxima ao Estádio e após os pontos de controle dos ingressos a festa de sempre, com cerveja e música. Por que isto não pode continuar no Campeonato Brasileiro?


A Copa de 2014 acabou. Aplausos para Holanda e Alemanha, pelo preparo, organização e ótimo futebol mostrado em campo. A Argentina, assim como o Brasil, deu sorte nos cruzamentos e com adversários mais fáceis chegaram mais longe até do que poderiam, considerando o aspecto técnico apenas.

Que a derrota brasileira também na disputa do terceiro lugar evite o entorpecimento da população, numa eleição que já estaria definida se o Hexa fosse nosso. E que o vexatório desempenho brasileiro inspire uma alteração política para que o País tenha um destino diferente do atual.

Que os gastos com mídia (principalmente no horário nobre do Jornais Nacional e da Globo), visando difundir uma ideia de que "está tudo bem" [com propagandas pagas pela Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Petrobrás, e até ANVISA e ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil)] dê lugar a uma análise séria e imparcial da endêmica corrupção que estamos vendo, e de um Governo sem qualquer iniciativa.

Chega de dar o peixe. É o momento de ensinar a pescar. E se isto vale para a política, também o vale para o futebol, para que na Rússia nosso desempenho seja diferente.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Vergonha Histórica

Palavras vazias ou desculpas esfarrapadas

Qualquer coisa que não seja reconhecer o VEXAME que foi dado é um comportamento de negar a realidade. Tristeza e dor, sim, mas ciência de que houve uma VERGONHA que deve ser apurada.

Não adianta vir com este discurso de que "foi um jogo atípico", ou que "temos que pensar no próximo jogo", ou "agora já foi". Não é assim, este ato vergonhoso ficará nos anais da história para sempre. O Brasil foi o time que tomou a maior goleada numa Copa do Mundo na condição de mandante, e a maior goleada num jogo semi-final desde 1950 (quando ganhamos da Suécia por 7 x 1, mas éramos, como agora, o Mandante). Vergonhoso e a torcida não merecia isto!


E as coisas são sim explicáveis. De um lado um time que não treina, treinos que são vistos por todos, excesso de exposição midiática e muitos egos tentando mandar no mesmo terreiro, afinal quantos técnicos temos? Este time da seleção canarinho, treinou com Paulinho ou Willian mas começou jogando com Bernard! O que é isto?

Do outro lado a disposição, determinação e atenção alemã de sempre, um CT construído num Resort pela e para a Alemanha e que agora será vendido. Treinos fechados e inclusive no próprio Mineirão, onde o Brasil sequer treinou. Deu no que deu.


Como se escalar uma defesa sem treiná-la uma vez sequer. Dante e os volantes não fizeram um treinamento contra um adversário juvenil sequer. Não fazem um jogo treino e querem enfrentar a Alemanha?

Granja Comary: inviável para treinos secretos

O Chile trouxe seu time sub 21, pela segunda Copa consecutiva. Ou seja, se tinha, a todo momento, um adversário para enfrentar o time titular, e, ao mesmo tempo, se dá maturidade ao time juvenil.

No Brasil poderíamos ter usado, no lugar da Colômbia (que lá ficou hospedada), o Centro de Treinamento do São Paulo Futebol Clube em Cotia, com capacidade de realização de treinos fechados e de hospedar mais de 100 atletas.

O que se viu, na Granja Comary, foi uma festa, quase um circo. Invasão de campo por torcedores que eram amigos de vizinhos, participação de jornalistas a todo momento, entrevistas daqui e de lá deram visibilidade para a Seleção, mas montamos um time? Treinamos para montar um time?

invasão generalizada + mídia a todo momento + falta de profissionalismo =  7 x 1

E sem time mas com torcida chegamos na semi-final. Não éramos o favorito (vide post abaixo), mas a derrota de 7 x 1, aliás, o vexame de 7 x 1, tem que ir MUITO, para a conta dos Técnicos.

Como escalar Bernard e treinar com Paulinho e Willlian? Que maluquice é essa? Birrinha entre Parreira, Murtosa e Felipão?

No momento que ouvi a escalação, com todo respeito, não esperava vitória. Talvez um 1 x 1 com pênaltis, pensei eu sendo otimista. Mas 7 x 1???

O Marcelo, que perdeu o avô (que era a figura do pai), tinha que ter pego um helicóptero e ido até o velório e enterro. Ele tinha que ter tido seu momento de um mínimo de luto e voltado. E não ficado lá, sofrendo lá na frente de outros jogadores (já abalados com a saída doída de Neymar).

Ou seja, treinamos um time e jogamos com outro, tomamos porrada da imprensa que não temos estabilidade emocional, perdemos Neymar, o lateral Marcelo perde o avô, e jogamos contra a Alemanha? 

Grandes desportistas: alemão Lahn consola Oscar. Este brasileiro não foi o culpado.

Do outro lado aplausos para a Alemanha, que jogou muito, impôs seu futebol, não tocou de lado (como muitas equipes fazem) e continuou indo para cima, marcando o seu sexto e sétimos gols, tendo Julio Cesar (que errou no rebote do gol de Klose) feito uma excelente defesa no segundo tempo. Acho difícil alguém neste Planeta segurar a Alemanha depois do que ocorreu no Minerasso. A quarta estrela deve ser impressa no próximo modelo de camisa.

E parabéns para a torcida brasileira, que após tomar a pintura de praticamente três toques numa cobrança de lateral que foi o sétimo gol da Alemanha aplaudiu, de pé e com todo o merecimento, a Seleção da Alemanha. Que jogos eles fizeram! Pena que contra nós : (

E não neguemos a vergonha do que ocorreu. Apenas mudanças extremamente sérias, a começar pela nossa concentração e sua total abertura para vizinhos e imprensa, poderão nos tirar, no longo prazo, do buraco onde nos metemos, e para isto não adianta adotar o famoso jeitinho brasileiro, que no caso se limita à palavra reformulação. Temos que ir muito além disso.

E que esta derrota inspire o povo para olhar para seu dia a dia. Que o excesso de propaganda paga pelo Governo não esconda a realidade e que as urnas falem com inteligência.  

sábado, 5 de julho de 2014

EUROPEUS X SUL-AMERICANOS




A Copa das Copas vem mostrando que camisa não ganha jogo mesmo. E é por isso que o futebol move centenas de milhões de apaixonados. Trata-se de um dos poucos esportes onde garra, suor e lágrimas valem, muitas vezes, mais do técnica, tática e treinamento. No mundo da bola um emocional confiante e muita transpiração são difíceis de se segurar, e está Copa está provando isto para quem ainda tinha dúvidas.

Embora os favoritos, líderes nos seus grupos nas oitavas, tenham todos se classificados pela primeira vez na história, todas as seleções eliminadas nas oitavas merecem elogios, com destaque para Argélia, Chile, Estados Unidos, México e Suíça, que caíram de pé. Em quase todos os jogos nas oitavas se o derrotado fosse a equipe classificada o resultado ainda assim seria justo.

Decepção apenas pelo Uruguai, nas oitavas, que realmente sentiu a mordida de Suárez mais do que o próprio adversário italiano. É uma situação onde as críticas da imprensa realmente atrapalharam o Grupo, que não conseguiu superar este fato externo.

Já nas quartas, ainda que com alguma dificuldade no caso da Holanda, deu a lógica, que era inclusive esperada por este blogger (vide post abaixo). 

A Colômbia já estava feliz por ter chegado nas quartas pela primeira vez na sua história e a Alemanha e a Argentina impuseram sua superioridade com grande categoria. Problemas apenas para a seleção brasileira com a joelhada que se caracteriza como agressão física, embora o árbitro nem com o cartão amarelo tenha advertido o colombiano.

E agora: Brasil sem o Neymar, como ficamos?

Antes de mais nada já seria muito difícil com Neymar. Quando ele não jogava o time não jogava. A dependência era tamanha que ele funcionava como elo de ligação da defesa para o meio, do meio para o ataque, e como próprio atacante.

Mas passada a grande dor pela saída do nosso Pelezinho, cumpre avaliar que primeiramente o Felipão deveria ter deixado de ser cabeça dura, e convocado o Lucas, ex. São Paulo e hoje na França, que seria o reserva ideal, com todas as condições para se consagrar substituindo Neymar. 

Em segundo ponto o Brasil, hoje, não tem praticamente um esquema de jogo, com ou sem Neymar, então achar que iremos desenvolver algo em 3 dias é sonho...

Porém o futebol é paixão, é emoção, é transpiração. 

Como a Argélia deu aquela canseira na Alemanha: com disposição e suor. Mesma situação da Costa Rica face a Uruguai, Itália, Inglaterra e Holanda.

E tudo indica que cada jogador brasileiro irá jogar com mais gana e garra, na base dos 150% da sua própria capacidade, não apenas pela torcida, mas também por ser o Brasil o País sede, e agora também pelo próprio Neymar, muito amigo de todos na Delegação Canarinho.

Acreditem ou não a ausência de Neymar pode até ajudar a Seleção Brasileira. Se com Neymar teríamos uma equipe bem previsível e fácil de marcar (um colado no Neymar e outro na sobra por setor), sem ele somos um time onde o imprevisível futebol clube dificulta até para Alemanha, que terá que adivinhar como iremos proceder.

E isto abre as portas para que outros grandes jogadores, como Marcelo e Oscar, chamem um pouco a responsabilidade para si. Quem sabe com um time mais fechado e com uma grande participação dos dois grandes astros ora citados, não chegamos na final; )

Em tese a Alemanha é sim a favorita, mas isto não significa nada numa Copa que viu Colômbia e Costa Rica chegarem nas quarta, Grécia e Argélia nas oitavas (e estas últimas quase chegaram nas quartas de final).

Já a outra semifinal é um jogo sem favoritos. A provável contusão de Di María não irá abalar a confiança que os hermanos estão mostrando nos Estádios, com um apoio incondicional e por 120 minutos para sua seleção. Confiram como foi em São Paulo contra a Suíça:





Novamente teremos grandes jogos nas Semifinais: Um Brasil x Alemanha, que reedita a final de 2002, e um Holanda x Argentina, que reedita a final de 1978. 

Se os sul-americanos ganharam as faturas anteriores, agora terão que suar e muito a camisa para repetir o feito. 

Esta Alemanha é um time muito disciplinado e a Holanda tem técnica de sobra. A substituição do goleiro titular do time Orange, logo após grande defesa no segundo tempo da prorrogação e momentos antes das cobranças de pênaltis, foi não apenas um ato de coragem, mas também um ato que mostra que o Treinador da Holanda tem o Grupo na mão. No mesmo sentido a jogada ensaiada da Alemanha, contra a Argélia, onde Müller cai antes de passar pela bola - o time é tão frio que muitos comentaristas chegam a pensar que até a queda do atacante foi proposital... 

A final dos sonhos é Brasil e Argentina. Uma final muito difícil pois os hermanos cantam e dançam como poucos (vide acima), e tem em Messi um líder e craque que hoje nos falta. Uma final que pela rivalidade local será lembrada por décadas, independente de quem seja o vencedor. Uma final que, caso se confirme, será um dos jogos mais esperados da história do futebol, mas primeiro os sul-americanos tem uma difícil missão nos próximos dias 8 e 9 de julho.