terça-feira, 8 de julho de 2014

Vergonha Histórica

Palavras vazias ou desculpas esfarrapadas

Qualquer coisa que não seja reconhecer o VEXAME que foi dado é um comportamento de negar a realidade. Tristeza e dor, sim, mas ciência de que houve uma VERGONHA que deve ser apurada.

Não adianta vir com este discurso de que "foi um jogo atípico", ou que "temos que pensar no próximo jogo", ou "agora já foi". Não é assim, este ato vergonhoso ficará nos anais da história para sempre. O Brasil foi o time que tomou a maior goleada numa Copa do Mundo na condição de mandante, e a maior goleada num jogo semi-final desde 1950 (quando ganhamos da Suécia por 7 x 1, mas éramos, como agora, o Mandante). Vergonhoso e a torcida não merecia isto!


E as coisas são sim explicáveis. De um lado um time que não treina, treinos que são vistos por todos, excesso de exposição midiática e muitos egos tentando mandar no mesmo terreiro, afinal quantos técnicos temos? Este time da seleção canarinho, treinou com Paulinho ou Willian mas começou jogando com Bernard! O que é isto?

Do outro lado a disposição, determinação e atenção alemã de sempre, um CT construído num Resort pela e para a Alemanha e que agora será vendido. Treinos fechados e inclusive no próprio Mineirão, onde o Brasil sequer treinou. Deu no que deu.


Como se escalar uma defesa sem treiná-la uma vez sequer. Dante e os volantes não fizeram um treinamento contra um adversário juvenil sequer. Não fazem um jogo treino e querem enfrentar a Alemanha?

Granja Comary: inviável para treinos secretos

O Chile trouxe seu time sub 21, pela segunda Copa consecutiva. Ou seja, se tinha, a todo momento, um adversário para enfrentar o time titular, e, ao mesmo tempo, se dá maturidade ao time juvenil.

No Brasil poderíamos ter usado, no lugar da Colômbia (que lá ficou hospedada), o Centro de Treinamento do São Paulo Futebol Clube em Cotia, com capacidade de realização de treinos fechados e de hospedar mais de 100 atletas.

O que se viu, na Granja Comary, foi uma festa, quase um circo. Invasão de campo por torcedores que eram amigos de vizinhos, participação de jornalistas a todo momento, entrevistas daqui e de lá deram visibilidade para a Seleção, mas montamos um time? Treinamos para montar um time?

invasão generalizada + mídia a todo momento + falta de profissionalismo =  7 x 1

E sem time mas com torcida chegamos na semi-final. Não éramos o favorito (vide post abaixo), mas a derrota de 7 x 1, aliás, o vexame de 7 x 1, tem que ir MUITO, para a conta dos Técnicos.

Como escalar Bernard e treinar com Paulinho e Willlian? Que maluquice é essa? Birrinha entre Parreira, Murtosa e Felipão?

No momento que ouvi a escalação, com todo respeito, não esperava vitória. Talvez um 1 x 1 com pênaltis, pensei eu sendo otimista. Mas 7 x 1???

O Marcelo, que perdeu o avô (que era a figura do pai), tinha que ter pego um helicóptero e ido até o velório e enterro. Ele tinha que ter tido seu momento de um mínimo de luto e voltado. E não ficado lá, sofrendo lá na frente de outros jogadores (já abalados com a saída doída de Neymar).

Ou seja, treinamos um time e jogamos com outro, tomamos porrada da imprensa que não temos estabilidade emocional, perdemos Neymar, o lateral Marcelo perde o avô, e jogamos contra a Alemanha? 

Grandes desportistas: alemão Lahn consola Oscar. Este brasileiro não foi o culpado.

Do outro lado aplausos para a Alemanha, que jogou muito, impôs seu futebol, não tocou de lado (como muitas equipes fazem) e continuou indo para cima, marcando o seu sexto e sétimos gols, tendo Julio Cesar (que errou no rebote do gol de Klose) feito uma excelente defesa no segundo tempo. Acho difícil alguém neste Planeta segurar a Alemanha depois do que ocorreu no Minerasso. A quarta estrela deve ser impressa no próximo modelo de camisa.

E parabéns para a torcida brasileira, que após tomar a pintura de praticamente três toques numa cobrança de lateral que foi o sétimo gol da Alemanha aplaudiu, de pé e com todo o merecimento, a Seleção da Alemanha. Que jogos eles fizeram! Pena que contra nós : (

E não neguemos a vergonha do que ocorreu. Apenas mudanças extremamente sérias, a começar pela nossa concentração e sua total abertura para vizinhos e imprensa, poderão nos tirar, no longo prazo, do buraco onde nos metemos, e para isto não adianta adotar o famoso jeitinho brasileiro, que no caso se limita à palavra reformulação. Temos que ir muito além disso.

E que esta derrota inspire o povo para olhar para seu dia a dia. Que o excesso de propaganda paga pelo Governo não esconda a realidade e que as urnas falem com inteligência.  

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