Surpresas nem sempre são bem vindas, mas no sábado tive o que comemorar com elas:
1) transporte para a Arena melhor que o esperado, tanto na ida, como na volta;
2) Estádio, digo Arena e serviços melhores do que o esperado;
3) Resultado mais elástico e um jogo melhor que o esperado.
Aqui visão externa da Arena, com a
cabando externo, ao contrário do Estádio Nacional de Brasília
lojas dentro da Arena, com televisão para permitir que quem esteja na fila possa acompanhar o reinício da partida, também ao contrário do Estádio do DF
Fuleco presente
Mas não apenas o mascote da Copa estava lá. Também estavam presentes os manifestantes.
Como fui cedo ao jogo, evitei a confusão na ida, mas na volta não teve como fugir. O Shopping Iguatemi estava trancado - quem estava dentro não saia e vice-versa - e a pergunta é a seguinte: Assim é possível fazer a Copa do Mundo de 2014 no Brasil?
Depende, se a questão for apenas manifestação nos dias de jogos, tudo bem, será difícil e arriscado para os estrangeiros mas é viável.
Todavia, em se repetindo o que ocorreu em São Paulo, com tentativa de invasão do Aeroporto de Guarulhos e interdição de quase todas as Rodovias que chegam ou saem de São Paulo, não teremos condições de fazer a Copa do Mundo de 2014.
Isso de um lado é positivo, pois mostra para a FIFA que ela não poderá mais fazer o que quiser, onde e como quiser. Ela terá ciência de possíveis retaliações, bem como de colocar seu próprio nome em risco.
Mas para o Brasil abdicar da Copa de 2014, por uma questão de violência, será péssimo para o Turismo, seja ele de origem Internacional, seja ele realizado dentro do nosso País. Apenas a título de comparação, mais pessoas vão a Nova Iorque todos os anos do que a todo o Brasil.
Isso é inadmissível considerando que não temos furacões, terremotos, vulcões nem terrorismo (que não se confunde com os movimentos populares que estamos vendo).
Admitir e se conformar com essa realidade é impedir que o País cresça e gere mais riqueza para todos, para todas as classes, com o desenvolvimento de agências e agentes de turismo, estes se especializando para que falem outros idiomas, escolas de idiomas, artesanato e comércio, restaurantes, bares, enfim, uma parcela gigante da economia.
Turismo esse que alimenta os pequenos negócios e permite que pessoas mudem de classe social com mais facilidade do que pela via operária, ou mesmo pelo caminho do profissionalismo liberal, que não é mais tão fácil como há alguns anos.
Sol, praia de areia (ao contrário do que ocorre em muitos lugares da Europa), e de areia branca, água quente, brisa, surf, enfim, as condições naturais são perfeitas para o incremento do turismo.
Surf em Stella Maris, há poucos quilômetros de Salvador. Se a Austrália fatura com o turismo de surf por que o Brasil não pode fazê-lo?
Assim vejo com preocupação a população bater tanto nos eventos futebolísticos em andamento, de tal forma que possa levar a FIFA a procurar outra sede para a Copa do Mundo de 2014. E a FIFA, neste contexto, não está errada, pois ela tem que pensar na segurança de milhares de visitantes de outros Países.
As Olimpíadas envolvem não um País, mas uma Cidade (o Rio de Janeiro, no caso de 2016), e assim sendo não tem como promover o turismo de Norte a Sul, de Leste a Oeste.
De outra parte, caso não tenhamos Copa no ano que vem, ainda assim os estádios já estarão quase todos prontos e acabados, sendo a maioria deles verdadeiros Mamutes Albinos, digo Elefantes Brancos, e fazer ou não a Copa não irá mais mudar isso.
O que irá mudar, sim, será a imagem do Brasil, que está longe de ser das melhores.
Na verdade, e sendo um pouco mais realista, se poderíamos mudar nossa imagem para melhor, tudo indica que consigamos piorá-la ainda mais.
Nesta atual Copa das Confederações já soube de um brasileiro que tentou ir ao jogo contra o México, em Fortaleza, e no caminho, passando pela manifestação que estava lá no meio do acesso, foi roubado de cabo a rabo: ingresso, camisa, cartões, dinheiro e documentos. Se o brasileiro em questão já esperava pelos manifestantes e pelas dificuldades, o que dizer do japonês, do sueco, do alemão que está só tomando breja para ir ao jogo?
E tudo indica a continuidade dos movimentos, onde sempre teremos pessoas radicais infiltradas. Como a atuação da Polícia será aquela que já vimos e comentamos (bombas e tiros de balas não letais a esmo), a consequência natural será que parcela significativa de pessoas parta para o quebra-quebra, e realmente a Copa do Mundo de 2014 ficará em risco.
O próximo jogo será em Minas Gerais e o Comandante da PM já espera - e se prepara - para uma briga campal, dando entrevista à mídia neste sentido. Ora, se ele já diz isso agora, o que esperar que grupos anarquistas, punks e outros do gênero estejam fazendo? Comprando flores?
Qualquer jornalista de outro País que esteja aqui, acompanhando a Copa das Confederações, e conte com um mínimo de senso não irá recomendar que seus compatriotas venham para cá no ano que vem. E isso atinge a todos, de todas as classes, sem exceção.
De outra parte, as pessoas que estão indo aos jogos estão sendo hostilizados por parcela dos manifestantes. E não é porque uma pessoa gosta de futebol e vai ao jogo que não tem amor pela Pátria, ou que seja a favor da FIFA e seus estádios superfaturados. No caso deste blogger, muito pelo contrário, conforme posts anteriores.
Mas ai tem uma questão difícil. O que é Amor pela Pátria?
Acompanhei o Hino Nacional no Estádio. Emocionante. Mas isso não é suficiente.
O Amor pela Pátria, pelo menos na minha opinião, não aparece cantando o Hino, mas nas palavras de John F. Kennedy, quando afirmou "não pergunte o que seu País pode fazer por Você, mas o que Você pode fazer por seu País".
Esta frase é muito forte e vai no sentido oposto dos bolsas famílias da vida, que estão contribuindo, de um lado, para a construção de uma geração de pedintes. Este é o equívoco da Presidenta, que ainda não enxergou isso. Não é se dando o peixe, é se ensinando a pescar que um País cresce.
Então vou citar alguns exemplos, na linha do saudoso Presidente norte-americano:
1. não jogar lixo na rua, na praia, no mar, no rio;
2. não sonegar tributos, não subfaturar, não comprar e vender sem nota, e não aceitar esse comportamento;
3. não deixar de votar, nem votar nulo. Infelizmente se 90% dos votos forem nulos, os votos válidos serão os 10% restantes, então temos que escolher um representante, acompanhar o seu trabalho e cobrá-lo, inclusive não o reelegendo e mudando de opinião (só não muda de idéias quem não as tem);
4. parar com o comportamento compulsivo de furar filas, de ultrapassar pelo acostamento, de ficar na direita para cortar e virar à esquerda;
5. dar preferência para os mais velhos, para as grávidas, para as crianças; ser mais gentil no trabalho, no trânsito, na balada, no supermercado; e
6. não aceitar nem sugerir corrupção, seja com um fiscal, seja com um policial rodoviário.
E Você o que acha?